Autor: Pastor Ivo Lidio Köhn
Senhor, conte comigo – E com meus dízimos e ofertas
O lema do ano da IECB “SENHOR, CONTE COMIGO” desafia todos a uma análise profunda do que realmente estamos dispostos a oferecer ao Senhor e com o qual Ele pode contar. Vale lembrar que Ele não se satisfaz com a metade ou com 75% de nossa vida; Ele quer 100%. Não é suficiente dar-lhe apenas o coração, a vida, o tempo, os talentos e dons, mas todo o nosso ser. Isso significa que também devemos consagrar nosso bolso a Ele e dar-lhe a parte que lhe cabe.
Sobre isso já houve muitas discussões e contendas. Em Malaquias 3.10 lemos: “Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e provai-me nisto, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós bênçãos sem medida”. No Novo Testamento Jesus disse:“Mas ai de vós fariseus! Porque dais o dízimo da hortelã, da arruda e de todas as hortaliças e desprezais a justiça e o amor de Deus; devíeis, porém, fazer estas coisas, sem omitir aquelas!” (Lc 11.42) Jesus declara aqui seu apoio ao dízimo, mas prioriza o cumprimento da justiça e do amor de Deus.
Entendo que Deus cumpre essa promessa de Malaquias de fato na vida de todos aqueles, os quais espontaneamente, como produto de sua convicção de fé, e com alegria contribuem com 10% de sua renda para a causa do Senhor. Não consigo entender o dízimo como lei imposta obrigatoriamente. Quem contribuir pesarosamente, de forma obrigada e forçada perderá as bênçãos e dádivas de Deus, pois Ele diz em sua palavra: “Cada um contribua segundo tiver proposto no coração, não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama a quem dá com alegria” (2. Co 9.7)
Para algumas classes de trabalhadores é muito fácil e simples calcular o dízimo de sua renda, para outras não, principalmente para os agricultores. Por essa razão a palavra de Paulo aos coríntios diz que cada um contribua conforme o Espírito Santo propõe ao seu coração. Temos dizimistas em nossas igrejas, voluntários, aqueles que contribuem com taxas pré-estabelecidas, outros que dão certa porcentagem de todas as entradas brutas etc. O que é importante para Deus é a forma e o motivo pelo qual damos. Não devemos agir como os fariseus, que procuravam o louvor e a ostentação dos homens; davam esmolas em público para serem vistos e admirados. Jesus nos ensinou que a mão esquerda não deveria saber o que a direita faz.
Já temos observado que a parte que cabe a Deus não fica com aqueles que lhe negam a mesma; eles o perdem em outros gastos e imprevistos que lhes acontecem. Concordo que não é nada fácil tornar-se um dizimista habitual e fiel; certamente, muitos tiveram lutas sérias, recaídas e precisaram persistir, mas chegaram ao ponto de simplesmente não considerar mais seu esse valor e nem contam mais com ele em seu orçamento.
Na questão da mordomia a Igreja cresceu muito nos últimos anos, mas ainda precisa melhorar e crescer mais. Quanta coisa mais poderia ser feita no reino de Deus se cada um desse o dízimo ou proporcionalmente ao seu ganho. Sobretudo a Igreja precisa continuar crescendo em espiritualidade e maturidade. Verdade é que há grupos que viraram empresas por se valer da Teologia da Prosperidade chegando a tirar das pessoas o que elas não têm com a promessa de bênçãos e recompensas materiais muito maiores. Isso criou uma imagem de Igreja Mercado e não está longe da realidade anterior a reforma. O Senhor nos desafia no texto de Malaquias a testá-lo, sim, com nossos dízimos, mas de coração puro, voluntário, sincero, cheio de fé e gratidão, prometendo abrir as janelas dos céus. Não vejo aqui nenhuma idéia de mercantilismo: “Te dou meu tudo e terás que me dar muito mais.” Não é assim que funciona. “Deus ama a quem dá com alegria” diz o texto de Paulo aos coríntios acima citado.
Uma mão aberta que pressupõe um coração aberto e uma mente receptiva pode ser preenchida com bênçãos maiores, mas uma mão fechada, que procede de um coração fechado e uma mente trancada, guarda apenas vento e mais nada. Nesse mês começam os cultos de Ação de Graças pela Colheita em nossas igrejas, onde sempre se levanta uma oferta especial que expressa a gratidão de cada membro pelas bênçãos da colheita ou do trabalho. Quanto vale as bênçãos de Deus para mim? Jesus declarou: “Daí a César o que é de César e a Deus o que é de Deus!” O município, o estado, a federação recebem nossos impostos. Eles nos são simplesmente descontados, pois a maioria deles já se encontra embutido nos preços dos produtos. Outros temos que pagar pessoalmente. Porque temos tanta dificuldade de dar a Deus um pouco do muito que Ele nos deu e dá?Em 1. João 4.19 lemos: “ Nós amamos porque ele nos amou primeiro”. Poderíamos dizer que precisamos dar, porque recebemos primeiro. “Deus amou ao mundo de tal maneira que deu…”
O Senhor pode contar com teu dízimo ou tua oferta espontânea, voluntária e de amor e gratidão? Se você contribuir assim, Deus te abençoará, com certeza. Dá com o sentimento de que você está apenas retribuindo um pouco pelo muito que já te foi dado!Oxalá, que tenhamos cada vez mais dizimistas e ofertantes segundo coração de Deus!
Pastor Ivo Lídio Köhn