Autor: Ivo Lidio Köhn
Jesus Cristo: Tudo em todos – Como o cordeiro de Deus.
A figura do cordeiro aparece nas Escrituras desde os primórdios da criação, quando lemos em Gênesis 4. 2 e 4: “Abel foi pastor de ovelhas, e Caim, lavrador… Abel, por sua vez, trouxe das primícias do seu rebanho e da gordura deste. Agradou-se o Senhor de Abel e de sua oferta”. Já no Éden, quando Deus expulsou os homens devido a sua rebelião, diz que: “Fez o Senhor Deus vestimenta de peles para Adão e sua mulher e os vestiu”. (Gênesis 3.21) O cuidado com os rebanhos fazia parte do cotidiano israelita.
Quando Deus ordenou a construção do tabernáculo no deserto (depois substituído pelo templo de Salomão) Ele também deu ordens específicas sobre o culto que nele seu povo deveria prestar. Uma das partes centrais desse culto era osacrifício de animais (predominantemente cordeiros – Vejam no livro de Levítico). Quando a fumaça do sacrifício subia aos céus o povo adorava a Deus e suplicava pelo perdão de seus pecados e pela bênção de Jeová
Quando o precursor de Jesus, João Batista, o vê chegando ao Jordão, estende a sua mão em sua direção e exclama: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!” (João 1.29) A idéia central dessa afirmação sobre Jesus é expressar características de Jesus similares ao de um cordeiro e essas queremos examinar mais de perto para entender melhor essa declaração.
Um cordeiro fornece com sua lã o material que produz a vestimenta ao seu proprietário, com a qual se veste protegendo-se do frio. Jesus veio trazer-nos o calor espiritual nos invernos da vida com sua promessa que estaria conosco todos os dias e principalmente com sua obra salvífica nos conceder a paz e tranqüilidade espirituais que necessitamos.
Uma ovelha alimenta seu dono com seu leite e sua carne. Jesus nos alimenta espiritualmente com o pão e a água da vida, através da nossa fé nele, na sua palavra e da aceitação daquilo que Ele fez pela humanidade na cruz do Calvário.
Assim como o cordeiro, animal perfeito e inocente era sacrificado pelos pecados de seu ofertante, Jesus foi sacrificado, sem pecados, inocentemente, em lugar de toda a humanidade. Deus colocou sobre ele o pecado de todos nós. Todos os animais sacrificados inocentemente desde o Éden ao Gólgotá indicavam simbolicamente a Jesus, o Cordeiro de Deus.
Assim como o sangue do cordeiro sacrificado era aspergido no dia da Expiação, no Santo dos Santos, todos os anos; o sangue de Jesus Cristo, o Cordeiro de Deus, foi derramado uma vez por todas para a expiação dos pecados de todos que nele viessem a crer.
Um cordeiro deixa tosquiar-se sem abrir a boca, fica mudo. Jesus não abriu a sua boca e suportou calado todas as injúrias dos seus algozes, o peso da cruz e a morte horrenda na cruz. “Ele foi oprimido e humilhado, mas não abriu a boca; como cordeiro foi levado ao matadouro; e, como ovelha muda perante os seus tosquiadores, ele não abriu a boca”. (Isaías 53.7)
Tudo isso está ao nosso dispor e nos serve também de modelo ou exemplo. Quando formos injuriados, injustiçados, caluniados, lembremos-nos do cordeiro de Deus; quando nos sofrimentos somos tentados a murmurar ou reclamar, lembremos-nos de Jesus; quando o peso das responsabilidades e dificuldades tornar-se muito grande, recordemos a carga que foi colocada sobre o Cordeiro de Deus; quando tudo parece estar contra nós e sentirmos que todos nos esqueceram, lembremos-nos de Cristo na cruz; quando o pecado nos açoitar corramos ao pé da cruz e olhemos ao Cordeiro de Deus, que ali foi imolado para tirar o pecado do mundo. Assim seremos consolados e ressuscitaremos como Ele, para uma vida abençoada e vitoriosa.