Autor: Pr. Ivo Lidio Köhn
Ao ler o tema desse mês você provavelmente levou um choque interior e se questionou: “Como assim? Um Deus que fere?” Alguma vez já ouviu que Deus age de duas formas para chamar as pessoas: pelo amor ou pela dor? Se você não corresponder ao seu amor, corres o risco da intervenção da dor. Em Oséias 6. 1-3 lemos: “Vinde e tornemos para o Senhor, porque ele nos despedaçou e nos sarará; fez a ferida e a ligará. Depois de dois dias, nos revigorará; ao terceiro dia, nos levantará, e viveremos diante dele. Conheçamos e prossigamos em conhecer ao Senhor; como a alva, a sua vinda é certa; e ele descerá sobre nós como a chuva, como chuva serôdia que rega a terra.”
O grande drama da cura de Deus é que ela, na maioria das vezes, é precedida por uma ferida, também de Deus. Antes de um cirurgião remover um tumor, ele precisa usar o bisturi. Não se pode curar sem operar e não se pode operar sem ferir. Esta é uma lei óbvia para quem trata responsavelmente das raízes dos problemas das pessoas. Precisamos conhecer a Deus neste sentido. É comum ignorarmos os dois primeiros versículos do texto mencionado, fugindo do seu contexto e teorizar o conhecimento divino. Porém, conhecer a Deus na essência, é experimentar o que Oséias experimentou. O conhecimento de Deus começa com as feridas que ele mesmo abre em nossas vidas: “… ele despedaçou, e nos sarará, fez a ferida, e a ligará.” Deus sabe como nos ferir no ponto certo. Ele tem a perícia de um exímio cirurgião.
Você já refletiu sobre quantas vezes feriu o coração do pai celeste com suas mentiras, suas palavras duras, cruéis e insensíveis, com seu orgulho, com sua teimosia e desobediência? O que fazia seu pai carnal quando isso acontecia na sua família terrena? Se ele o (a) amou verdadeiramente aplicou o que diz em Pv 23.13-14: ”Não retires da criança a disciplina, pois, se a fustigares com a vara, não morrerá. Tu a fustigarás com a vara e livrarás a sua alma do inferno”. Em Pv 13.24 também lemos: “O que retém a vara aborrece a seu filho, mas o que o ama, cedo o disciplina”. Sim, esse Deus que fere é um Pai que disciplina. Tenha certeza que o seu coração fica doído quando precisa ferir alguém, porque o ama e quer salvá-lo ou protegê-lo. O seu propósito sempre é remover o mal que pode nos causar sofrimentos e levar à morte espiritual; por isso, glória a Deus, por ser um Deus que fere para curar, sarar e restaurar.
Se alguém não dá atenção à Sua voz meiga e suave, cheia de amor e também não abre os olhos para a verdade nem mesmo pela dor, estará se condenando a si próprio e experimentará o Juízo de Deus. Foi o que aconteceu com o mundo no tempo de Noé, com Sodoma e Gomorra, com as nações cananitas derrotadas por Israel ao se apossarem da terra prometida. No Salmo 75.7 diz: “Deus é o juiz; a um abate, a outro exalta.” Na verdade, as pessoas com sua atitude de rebeldia, desobediência e pecados são as responsáveis pelo que lhes acontece, pois foi a escolha que fizeram. Deus nos criou com livre arbítrio e deixa bem claro em sua palavra as conseqüências da obediência e desobediência aos seus preceitos.
Por isso, caro (a) leitor (a), seja obediente e siga a voz amorosa do pai celeste. Encare os sofrimentos como meios de purificação da sua vida de fé, porque esse é o seu propósito. Se há cicatrizes, feridas curadas na sua vida, que elas sempre lhe lembrem do poder restaurador e sarador do Pai, que tanto te ama, que deu Seu único Filho por ti.
Pastor Ivo Lídio Köhn