Autor: Pr. Ivo Lidio Köhn
O mais normal e natural é que cada casal deseje depois de certo tempo ter filhos. Digo, depois de certo tempo, porque os primeiros meses deveriam ser de adaptação e conhecimento mútuo maior. Fico com pena daqueles que já casam com a paternidade e maternidade em andamento, por precipitação, pois por maior que seja a alegria da vinda de um filho, isso significa compartilhar o tempo com mais alguém, antes de estarem adaptados e solidificados o suficiente.
Deus é um Deus de ordem e planejamento; como seus filhos devemos seguir-lhe o exemplo, também no planejamento familiar. Não acredito que seja a vontade de Deus que um casal coloque filhos no mundo de maneira irresponsável, sem preocupar-se com as condições físicas, emocionais e espirituais da criança. Portanto, quando ter os filhos e quantos deve ser um consenso, algo de comum acordo entre o casal. Lamentavelmente há casais que renunciam à paternidade e maternidade pelo comodismo, por não quererem pagar o seu preço. Estarão se privando de muitas alegrias e bênçãos na vida e estarão desobedecendo à ordem de Deus: “E Deus os abençoou e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra…” (Gn 1.28)
A maternidade está se tornando sempre mais uma escolha consciente das mulheres. Devido à grande responsabilidade, investimento emocional que ela implica, este fato deve ser considerado um avanço indiscutível da civilização. Escolher ser mãe produz uma qualidade de maternidade melhor. Vida de mãe é dura, trabalhosa e desgastante. Somente quem sabe passar por isso e assumir essa responsabilidade pode provar as delícias que a maternidade reserva, a beleza de ver um/a filho/a crescer, se desenvolver, brotar e florescer, a satisfação de saber que se tem contribuído para isso. Somente quem assume essa missão sabe da gratificação que dá o desafio.
Antigamente se acreditava que as mulheres nasciam sabendo serem mães e que o amor materno era inato. Esta idéia foi desmentida por inúmeras experiências de mulheres e filhos. O amor materno, como todo amor, é algo que se constrói e decide. Nem todas as mulheres sentem de imediato todo o amor que se espera delas (e se a maternidade não foi escolhida, como poderão amar de verdade?). A maternidade exige tanto da mulher que não se pode entrar nela impunemente sem sofrer transformações e estas serão mais bem vindas quando escolhidas e não impostas.
Os pais, por sua vez, estão cada vez mais se aproximando do universo da paternidade visto por um novo ângulo: não mais o pai que só trabalha distante e inexpressivo ou amedrontador, mas um pai amoroso, firme e compreensivo. Para ele também a paternidade está se tornando cada dia mais uma escolha consciente, uma experiência de crescimento a ser escolhida e exercitada como autodescoberta. Deus conceda com que todos os que se tornam pais possam ter essa mentalidade.
O que um pai e uma mãe sentem quando segura em seus braços seu (sua) filho (a), não pode ser expresso em palavras, é inexplicável, pois são sentimentos, emoções que precisam ser sentidas, experiências que precisam ser vividas
Há aqueles que por questões biológicas não conseguem ter filhos naturais, mas isso não os impede de desenvolver sua paternidade e maternidade adotando crianças como seus filhos. Quantos órfãos estão por aí a espera de adoção e agradeceriam receber seus pais e um lar. O testemunho dos que fizeram isso é que não há diferença, eles são como se fossem os próprios filhos.
Fico profundamente penalizado em ver tantas adolescentes em nossos dias, ainda em idade de brincar com bonecas, já na maternidade embalando bonecas vivas nos seus braços. Sem experiências, isso certamente gerará dificuldades sociais futuras. Graças a Deus que existem projetos para as gestantes em todos os municípios onde se procura dar as orientações básicas para a maternidade, minimizando um pouco o impacto dessas situações anormais.
A Bíblia nos diz em Salmo 127.3-5: ”Herança do Senhor são os filhos; o fruto do ventre, seu galardão. Como flechas na mão do guerreiro, assim os filhos da mocidade. Feliz o homem que enche deles a sua aljava…” Naquela época quanto mais filhos uma mulher pudesse dar ao seu marido, mais abençoada ela se sentia e era considerada. Um lar sem filhos é como uma casa sem jardim e flores. Por questões de propagação da espécie, de manutenção da árvore genealógica a paternidade e maternidade tornam-se necessárias. Planeje a sua família; caso lhe for negado por questões fisiológicas filhos naturais adote quantos puder criar, afim de que possas ter uma família e usufruir hoje e amanhã daquilo que isso representa e significa.
Pastor Ivo Lídio Köhn