Autor: Pr. Ivo Lidio Köhn
Por relacionamento, entendemos ser a capacidade de conviver ou comunicar-se com os outros. Este relacionamento é condicionado por uma serie de atitudes recíprocas.
Por relacionamento familiar, entendemos ser a capacidade dos membros de uma mesma família relacionar-se de forma harmoniosa, também observando esta serie de atitudes recíprocas.
A família é uma instituição divina (Gn. 2.18-25). Sendo a família a primeira instituição a ser criada na esfera humana. Como ela é de origem divina, é um alvo em potencial para as investidas de Satanás.
Ter um relacionamento familiar saudável é o objetivo de uma família cristã. Entretanto, deve se ter em mente que para isto acontecer um trabalho específico deve ser realizado no sentido de construir um ambiente de testemunho cristão.
Quando os componentes de uma família são cristãos verdadeiros, ou ao menos alguns o relacionamento torna-se mais fácil. Por quê? Por que eles estarão cientes de que o egoísmo, o orgulho, a teimosia são os maiores adversários de um relacionamento familiar harmonioso.
Falemos primeiro do relacionamento do casal. Quando cada um apenas cobra do outro e o responsabiliza pela sua infelicidade, arma-se um cenário de guerra, uma verdadeira queda de braço onde o foco não é a solução do impasse, mas a razão. No momento em que ambos se desarmam e cada um começa a preocupar-se com o bem estar e a felicidade do outro, mais do que com a própria, estabelece-se um clima de tranqüilidade e paz, porque o ser humano não foi criado para ser servido, mas para servir. O respeito mútuo, a valorização e compreensão são fundamentais para um bom relacionamento conjugal. Quanto menos críticas e quanto mais elogios e consideração dos pontos positivos do outro, melhor se torna o relacionamento.
E o relacionamento com os filhos? Os pais são dados aos filhos para que os amem lhes dêem carinho e abrigo, mas também para estabelecer-lhes limites, aconselhá-los, dar-lhes exemplo de vida e discipliná-los como prova do seu amor. Os filhos precisam respeitar e honrar seus pais, mesmo que nem sempre os entendam, pois o quinto mandamento diz: ”Honra ao teu pai e a tua mãe para que prosperes e se prolonguem os teus dias na terra que o Senhor, teu Deus, te dá”. Nenhum pai quer o mal do seu filho e o filho que obedecer respeitar e honrar seus pais, obedecerá, respeitará e honrará também seus professores, seus superiores e principalmente a Deus.
E o relacionamento com os sogros? Costumo aconselhar aos noivos que casam que cada um pode referir-se negativamente somente aos seus próprios familiares e jamais aos do outro. A observância dessa pequena regra evitará muita dor de cabeça e em muitas situações facilitará o relacionamento do casal. O marido e a esposa aceitam no casamento os pais do outro como seus próprios e assim a partir do casamento devem tratá-los. Estes, por sua vez, não devem intrometer-se na vida de seus filhos, para que tenham a liberdade e o direito de errar e acertar. Interessante também é manter certo equilíbrio na visitação aos mesmos, para que em nenhum momento alguém possa sentir que sua família está sendo menos considerada pelo outro.
E o relacionamento com os parentes? Estes devem ser sempre bem recebidos pelo casal como visita, com cordialidade e simpatia. Eles não têm o direito de intrometer-se na vida do casal, mas precisam aprender a respeitar sua privacidade e individualidade.
As bases afetivas de um relacionamento familiar saudável se fixam sobre o respeito, o amor e o carinho. Os aspectos comportamentais incluem a colaboração, a dedicação e o companheirismo. Já as bases para um melhor conhecimento se fixam sobre a comunicação direta e clara, a informação sincera e sobre a empatia, buscando entender o outro sempre antes de emitir opiniões.
Se os líderes familiares instituídos pelo Senhor não se atentarem para planejamento familiar; adaptação aos ciclos familiares; heranças de padrões de comportamentos inadequados; respeito da autonomia e da liberdade dos componentes; autoridade e regras; comunicação direta, clara e sincera e disponibilidade para mudanças, a família não terá um relacionamento cristão saudável.
As três colunas principais de uma família são o pai, a mãe e o Espírito Santo. Se houver desarmonia de poderes entre eles, a família não terá um relacionamento saudável e cristão. Tudo começa na disposição de entregarem sua psicologia nas mãos de Deus com disposição para que Ele opere mudanças.
Esta estruturação de um relacionamento familiar começa já no namoro e até antes. Muitas famílias chegam à clinica querendo corrigir no ciclo da adolescência o que deixaram de fazer desde a infância dos filhos. A autoridade respeitosa dos pais não se impõe tardiamente. É uma construção desde a infância dos filhos. Pais devem ganhar tempo conversando entre si sobre o funcionamento da própria família, assim como se planeja reuniões de trabalho. Pais não devem culpar seus filhos por tudo, devem encarar problemas de relacionamento de forma ampla. Devem buscar o porquê a maneira de educar os filhos está sendo deficiente. E sempre quando cada componente da família buscar de coração a felicidade do outro, a harmonia familiar sairá ganhando.
Pastor Ivo Lídio Köhn