Autor: Pr. Ivo Lídio Köhn
Com toda a convicção podemos afirmar: “Quem ama é fiel, quem não é fiel, não ama!” Deus nos ama e é fiel em todas as suas palavras, justamente por nos amar. O amor é fundamental, essencial para a sobrevivência do ser humano e qualquer organização ou entidade que não é alvo do amor e interesse dos seus membros morrerá. Uma família sem amor não sobrevive; da mesma forma uma igreja. Disse um médico: “Sem amor, perdemos o desejo de viver. Desequilibra-se nossa vitalidade física e mental, diminuem-se nossas resistências e sucumbimos às enfermidades que se demonstram, muitas vezes, fatais. Talvez escapemos à morte real, mas o que fica é uma resistência pobre e vazia, tão empobrecida de emoções, que não podemos ser considerados senão semivivos”. As alternativas são, na verdade, amar ou perecer. Os próprios estudiosos do comportamento humano, psiquiatras e psicólogos têm chegado à conclusão, à luz de experiências vivenciadas, que além de ser uma necessidade básica, o amor é um dos mais eficazes processos terapêuticos. Charles Chaplin é quem costumava dizer: “O homem não morre quando deixa de viver, mas sim quando deixa de amar”.
O supremo mandamento do Senhor Jesus diz: “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento. O segundo semelhante a este é: Amarás a teu próximo como a ti mesmo”. (Mateus 22.37-39) Nada pode ser mais importante na vida do ser humano do que Deus, seu Criador. Agradar a Ele e seguir suas orientações deixadas nas Escrituras Sagradas deve ser a maior prova e demonstração de amor de seus filhos e suas filhas. Shakespeare disse: “Aqueles que não mostram o seu amor, na verdade não amam”. Amar é o contrário de gostar. Sabia? Quando nós dizemos “eu gosto de você”, isto significa: “Você faz coisas que me agrada, por isso que te gosto”. Mas o amor é o contrário disso! Quando digo “eu te amo”, isto significa que sou eu quem faz as coisas que te agradam. Os propósitos do pai celeste são para o nosso bem e Ele tem conosco apenas pensamentos de paz. Essa demonstração de amor deve estender-se ao nosso próximo, por isso lemos em 1. João 4.20-21: ” Se alguém disser: Amo a Deus, e odiar a seu irmão, é mentiroso; pois aquele que não ama a seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê. Ora, temos, da parte dele, este mandamento: que aquele que ama a Deus ame também a seu irmão”. O seu amor para com o seu próximo é a prova do seu amor para com Deus.
Um lugar onde o amor precisa prevalecer sempre é a IGREJA, pois ela é uma comunidade terapêutica e nossa segunda família. Ela nasceu no coração de Deus como um meio de aproximar e unir os filhos e as filhas de Deus para o exercício do amor fraterno, a comunhão dos crentes e o fortalecimento da fé e comunhão com Deus. Uma das características da igreja primitiva foi exatamente o amor. Paulo sobrepõe o amor a todas as demais virtudes em 1. Coríntios 13.13: “Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três; porém o maior destes é o amor.” O amor é o único tesouro que se multiplica por divisão. É a única dádiva que aumenta quanto mais você a reparte. Doe amor; jogue-o fora; esparrame-o; esvazie seus bolsos; sacuda o cesto, vire o copo para baixo, e amanhã você terá mais do que nunca.
A Igreja fiel à Palavra de Deus ama ao seu Senhor acima de todas as coisas. Sua vida e atividade são voltadas para seu enaltecimento, sua honra e glória. Ele é o cabeça da Igreja que comanda todo o corpo e para que este desenvolva seu propósito necessita das suas orientações. Quando você ama a Deus, você é capacitado a amar as pessoas.
A Igreja que ama proporciona aos seus membros e freqüentadores um ambiente acolhedor, onde se sintam bem vindos, amados e em casa. Ela se alegra e comemora sobre as vitórias dos seus membros, mas também sente e chora com os que sofrem. A Igreja que ama não tem apenas palavras, mas gestos, ações que expressam e revelam seu amor. A única maneira de amar é servindo. A primeira grande lição da vida de Jesus é que o amor só é possível na posição de servo. Um grande teólogo disse que o amor cristão se exprime de três maneiras: a) ouvindo os outros; b) dando aos outros; c) perdoando os outros. Como vai a “cotação do amor” nas comunidades evangélicas hoje? Quais são os membros de igrejas que, por exemplo, após o culto, procuram dar carona com o seu automóvel a alguma pessoa idosa ou todos os domingos vai buscá-la em sua casa? Qual foi a última vez que algum membro de igreja foi limpar e arrumar a igreja juntamente com o zelador? Qual foi a última vez, que alguém foi fazer a feira no supermercado, lembrou de comprar uma lata de óleo ou um quilo de feijão a mais para alguém menos favorecido? Qual foi a última vez que alguém entregou um envelope com um pouco de dinheiro para o seu irmão desempregado? Não há montanhas por demais altas, nem desertos por demais perigosos quando o motivo que nos impele a atravessá-los é o amor. O cristianismo, corretamente compreendido, é a ciência do amor. Para aqueles que não entendem de amor, a Terra não é redonda nem quadrada. É chata!
Pastor Ivo Lídio Köhn