Autor: Pr. Ivo Lídio Köhn
As grandes matas formadas pelos pinheiros do Paraná, com suas copas semelhantes a grandes cálices, foram plantadas primordialmente pela gralha azul. Este pássaro colhe os pinhões e os conduz para o seu ninho para se alimentar deles. Mas, em sua trajetória até o ninho, a gralha azul deixa cair pinhões das alturas a terra. E estes pinhões que caem são, por ela, “semeados” na superfície do solo que sobrevoou e vêm a brotar. Assim, a contribuição da gralha azul para o renovo da natureza acontece com o seu simples hábito alimentar. Da mesma maneira, todos nós também estamos sempre plantando alguma semente em nossa trajetória nessa vida. O que semeamos irá depender de nossos “hábitos” diários de alimentação e de vida. Mas, sempre semeamos.
O pai preguiçoso ou mentiroso semeia no coração dos filhos o seu mau exemplo. A mãe irritada ou impaciente também deixa frutos ruins para os que convivem com ela. E o Senhor nos adverte, em sua Palavra: “Não vos enganeis: de Deus não se zomba; pois aquilo que o homem semear, isso também ceifará” (Gl 6:7).
Precisamos verificar o que estamos deixando atrás de nós para as gerações futuras. Vejamos alguns pontos importantes sobre o que semeamos e como devemos semear:
Cada semente irá produzir de acordo com sua espécie. Se eu quero colher laranja, preciso plantar sementes de laranja. E a própria qualidade das laranjas, se doces ou azedas, irá depender das minhas sementes. Se eu quero receber: amor, carinho e/ou respeito, então, preciso plantar essas sementes nos corações das pessoas com as quais convivo.
O princípio da semeadura foi estabelecido por Deus no ato da criação. Cada semente produziria de acordo com sua espécie (Gn 1. 11). Igualmente importante é o fato de que a colheita é sempre mais farta do que a semeadura. Por exemplo, quando se grita para o “eco”: “eu te amo”, o que iremos ouvir de volta é: “eu te amo”, “eu te amo”, “eu te amo”… No entanto, se gritarmos: “você é feio”, iremos ouvir de volta: “você é feio”, “você é feio”, “você é feio”… É preciso pensar no que se fala. Nossa palavra deve ser sempre “agradável, temperada com sal, para sabermos como responder a cada um” (Cl 4:6). Isto significa que eu devo provar o que irei dizer, antes de passar para os outros. Preciso passar minhas palavras por alguns “filtros”. Por exemplo, preciso refletir se o que vou falar é “verdadeiro” (se tenho a certeza do fato), se é “bom” (se irá trazer um bom fruto para a pessoa que está ouvindo), e se realmente é “necessário ser dito”. Palavras “filtradas” serão mais saudáveis e certamente serão agradáveis. Você tem semeado bênção com a sua língua, isto é, com as suas palavras? Fofocas, críticas, mau humor, fazem nódoas no coração, que precisam ser tiradas com o sangue de Jesus, após um verdadeiro arrependimento.
Como é importante lembrar que estamos sendo observados em todos os nossos comportamentos, nossas reações diante das dificuldades da vida… Deus espera os frutos de nossa vida. O mundo espera ver a glória de Deus em nós, através de sua paz, seu amor, sua bondade e as virtudes do caráter cristão sendo estampadas em nosso rosto.
O que você tem semeado em seu lar? Que tipo de semente está dentro dos frutos de sua vida (amor, paciência, bondade… ou: irritação, ódio, ressentimento, mentira, orgulho…)? Semeie a semente do amor, do perdão, da compreensão, da misericórdia, da compaixão, da humildade, do desprendimento, da consagração etc. Assim garantirá uma colheita, um futuro mais seguro aos seus filhos, deixando-lhes como herança as sementes das virtudes cristãs.
Pastor Ivo Lídio Köhn