Autor: Pr. Ivo Lídio Köhn
A cruz de Cristo é pré-histórica. Ela estava incrustada no coração de Deus antes da fundação do mundo. O Calvário não foi um acidente, mas um plano divino. Cristo veio para morrer. A morte na cruz sempre esteve em sua agenda: ele profetizou várias vezes que veio para morrer. Ele não morreu como um mártir. Ele voluntariamente deu a sua vida. Ele é o Cordeiro que tira o pecado (Jo 1.29). Ele é como a serpente levantada (Jo 3.14). Ele é o pastor que dá a sua vida pelas ovelhas (Jo 10.11-18). Ele é o grão de trigo que cai e morre para produzir muitos frutos (Jo 12.20-25).
Cristo foi para a cruz não apenas porque os judeus o entregaram por inveja. Não apenas porque Judas o traiu por dinheiro. Não apenas porque Pilatos o condenou por covardia. Cristo foi para a cruz porque o Pai o entregou por amor. Cristo foi para a cruz porque ele se entregou a si mesmo por nós. O calvário é o maior drama da história. O calvário é o palco da justiça de Deus: seu consumado repúdio ao pecado e também é o palco do infinito amor de Deus: pois ali ele não poupou o seu próprio Filho para nos salvar. A cruz de Cristo é o nosso êxodo, a nossa libertação.
Por essa razão se unem por uma missão todos os seres viventes que possuem alma ao redor da cruz de Cristo, pois necessitam do que lá aconteceu para retornarem à casa paternal. Precisam deixar ali seus pecados e receberem redenção e salvação, para poderem andar no processo e caminho da santificação. Embaixo da cruz todos nos tornamos uma grande família, pois é ali que somos transformados em filhos e filhas de Deus. Ali não há distinção de pessoas, nem de raças ou línguas conforme Rm 3.23: “Pois todos pecaram e carecem da glória de Deus”.
Ao redor da cruz todos recebemos a missão de levar a mensagem dela, a mensagem do amor imensurável de Deus a todas as criaturas que dela ainda não tomaram conhecimento. Cada um (a) junto à cruz transforma-se num mensageiro e numa mensageira de Cristo.
Também a sua família, caro leitor, não poderá ser feliz e equilibrada sem que a cruz de Cristo e sua mensagem tenham encontrado espaço no coração de cada integrante do lar. É muito triste quando apenas a mãe ou somente o pai, e em muitos casos, somente alguém dos filhos tem recebido a Cristo e sentiu o poder libertador da mensagem da cruz. Mas é maravilhoso quando toda a família reúne-se para o culto doméstico e nas atividades de sua igreja encontra-se junta, lado a lado, participando com alegria e devoção. A missão que sua família recebe pela cruz de Cristo é de lutar pela sua harmonia e unidade para que o inimigo não tenha chance em vosso lar; levar as boas novas do Evangelho, o amor de Deus aos vizinhos e familiares que ainda a desconhecem ou não a levam muito a sério. A cruz de Cristo, que a princípio era símbolo de maldição, tornou-se para os cristãos o maior símbolo da fé.
Não há futebol sem bola, assim como não há evangelho sem cruz. Como disse alguém outro dia: “Há apenas uma escada para o céu e esta é a cruz“. Um só dia no inferno será muito mais intolerável que toda uma vida de peregrinação levando a cruz. Lembrando-nos de que Jesus morreu por nós, lembramos que devemos viver para Ele. A cruz do Calvário revela o ódio do homem por Deus e o amor de Deus pelo homem. A cruz de Cristo pode adoçar a mais amarga experiência da vida. Um escravo africano declarou, depois de sua conversão: “A cruz de Cristo me condena a ser um santo“. -Fora da cruz vencemos os outros. Na cruz vencemos a nós mesmos… Ela fere, esmaga todo nosso egoísmo, orgulho, vaidade, vanglória… A interpretação popular é que tomar a cruz é sofrer: “Este reumatismo é a minha cruz”. A cruz não é símbolo de dor, de sofrimento, mas sim de morte. Tomar a cruz é morrer. Nunca peça uma cruz mais leve, Mas sempre peça ombros mais fortes.
Pastor Ivo Lidio Köhn