Dia 5 de outubro de 2010 Pastor Alfredo e sua esposa Daisi Achterberg comemoraram na Igreja Evangélica Congregacional de Três Passos, RS seus 50 anos de vida conjugal. Convidaram para esse momento especial além dos familiares, colegas, amigos e vizinhos mais achegados. O culto foi dirigido pelo pastor local Pastor Fridolino Jesse. Participou o coral da comunidade local, o coral de Cunha Porã, SC e alguns familiares da Daisi. A mensagem esteve ao encargo do Pastor Ivo Lídio Köhn, presidente da IECB, o qual falou sobre a vida de um casal baseando-se em Gênesis 2.23-24 e Gênesis 1.28. Disse que a vida de um casal é um desafio diário, um caminho de amor e de fé, mas também de abnegação e esperança bem como uma escola de aprendizagem. Concluiu dizendo que a vida de um casal é muito linda quando há cumplicidade e se olha mais as coisas boas e bonitas da vida do que os pontos pretos e quando as alegrias e tristezas de um são também do outro. Depois todos foram recepcionados no salão social da igreja com um café colonial muito gostoso. A seguir damos a biografia do casal apresentada na ocasião:
Lá nas montanhas de Paraíso do Sul, Cachoeira do Sul, RS (não sei se foi na oitava montanha como diz o sobrenome) nascia a 16 de maio de 1936 um menino, que recebeu na pia batismal de seus pais Carlos e Ida o nome de ALFREDO GOSWIN ACHTERBERG. Não muito distante dali, em Santa Cruz do Sul, nascia 7 anos depois uma menina que foi registrada por seus pais Waldemar e Sibila com o nome de DAISI ERICA WEIERBACHER.
Alfredo criou-se no meio das montanhas auxiliando os pais nos trabalhos da lavoura, mas nos primeiros anos da década de 50 do século passado sentiu o chamado do Senhor para o ministério. Com o auxílio do saudoso Pastor Knerr e pela graça de Deus conseguiu ingressar no Instituto de Teologia da Igreja Evangélica Congregacional da Argentina, em Concórdia, Entre Rios.
A família da Daisi saiu de mudança de Santa Cruz do Sul e veio residir em Criciumal, onde se tornou membro da Igreja Evangélica Congregacional, pois residiam ao lado da sua casa pastoral. Em 1958 chegou o ano de estágio para o Alfredo e a Igreja o enviou a Criciumal, onde encontrou um forte apoio na família Weierbacher, seus vizinhos. D. Sibila foi muito prestativa com o jovem estagiário lavando suas roupas e lhe enviando às vezes uma boa sobremesa e parece que sua tática deu resultado. Essa demonstração de carinho fez bem ao jovem e carente Alfredo, longe da família, longe do Seminário, num mundo totalmente estranho e seus olhos se voltaram para a filha Daisi, com apenas 15 anos na época. Na festa de inauguração da nova igreja de Criciumal, quando todos já haviam deixado o local da festa, Alfredo tomou coragem e perguntou a sua amada se aceitava corresponder-se com ele e ela consentiu. E já se arriscou ao primeiro beijo quando ninguém estava olhando.
Em 1959 ele retornou ao Instituto de Teologia na Argentina para concluir seus estudos e o correio teve trabalho, porque as cartas iam e vinham, pois era a única maneira dos corações apaixonados se comunicarem. Em 1960 Alfredo iniciou seu ministério pastoral na Paróquia da Linha XV de novembro, Santa Rosa. Como era difícil ficar sozinho, resolveu fazer uma surpresa à sua princesa chegando á sua casa e pedindo aos seus pais a mão dela em casamento. Seu Waldemar lhe disse: “Sim, podes casar com ela, só não podes enganá-la e bobeá-la”. E isso ele não fez. Seu Waldemar e D. Sibila certamente nunca se arrependeram desse consentimento. Noivaram no dia 14 de julho de 1960 e casaram no dia 5 de outubro de 1960. A cerimônia foi oficializada pelo então superintendente da IECB Pastor Valerius Schultz. Foram testemunhas: Pastor Hartmut Hachtmann e sua esposa Raquel; o tio Arnoldo Bernhardt e esposa ( (In memoryan) A recepção para 20 pessoas foi na casa da noiva. Já no dia seguinte (pois na época essa tal de lua de mel ainda era desconhecida) Pastor Schultz levou o jovem casal de Kombi com sua mudança para Linha XV de novembro, Santa Rosa.
No início tudo parecia um sonho, mas as adaptações foram sendo superadas. Começaram muito pobres, pois tinham pouco mais que suas roupas, mas Deus nunca os desamparou. A paróquia tinha uma área de 10 ha. Nos dias e nas horas que não havia trabalho na igreja, eles cuidavam da lavoura, plantando soja, milho e mandioca. Com a bênção de Deus e o apoio dos membros com mantimentos sempre tiveram o que necessitavam para sua sobrevivência.
Deus lhes deu 4 filhos, todos nascidos em Santa Rosa: Wilfred, que nasceu no dia 5 de janeiro de 1962. Formou-se como odontólogo. Casou com Rosela Zock. Tiveram 1 filho, Augusto, com 19 anos, cursando medicina. Deus o chamou à eternidade no dia 21 de agosto de 2009, em Francisco Beltrão, PR onde residia. Foi o momento mais difícil e triste na trajetória dos 50 anos de vida conjugal dos irmãos Achterberg. O 2º filhoCLÓVIS nasceu em 9 de maio de 1964. Formou-se como pastor e é casado com Janete Müller. Pastoreiam em Cunha Porã, SC e adotaram a Isabel que está com 2 anos e meio. O 3º filho MARCOS nasceu em 5 de abril de 1966. Formou-se como médico especialista em anestesia. Casado com Juliane Morais. Residem em Brusque, SC. Como caçula veio uma menina CRISTINE, que nasceu a 6 de maio de 1967. Formou-se como farmacêutica. É casada com João Gualberto Sachotene Pacheco. Tem dois filhos: Sara de 8 anos e Alfredo de 9 anos. Residem em Três Passos.
Nesses 50 anos atuaram nas seguintes paróquias: De 1960 a 1969 em Linha XV de Novembro, Santa Rosa; de 1969 a 1992 em Esperança; de 1992 a 2010 em Três Passos. Pastor Alfredo ocupou cargos na direção geral da IECB, sendo inclusive seu presidente durante alguns anos. Daisi foi a primeira presidente nacional da OASC (Ordem Auxiliadora de Senhoras Congregacionais). Além do trabalho da Igreja o casal está à frente durante 16 anos, desde 24 de outubro de 1994, da Ação Social Cristã Maria Madalena, um trabalho voltado para o social, físico e espiritual das pessoas. Com o auxílio, principalmente de entidades e pessoas da Alemanha e da prefeitura municipal tem conseguido com essa ação melhorar a qualidade de vida e resgatar a cidadania de muitos três passenses nas duas vilas mais temidas da cidade, além de lhes mostrar o caminho para Deus.
Os anos passaram depressa, que lhes parece um sonho. No ministério sempre colheram muitos frutos e nunca lhes faltou ânimo e inspiração para a obra do Senhor. Sempre trabalharam juntos, lado a lado, na alegria e na dor, sem se cansarem. Deus os recompensou com boa saúde, vitalidade e prosperidade. Foram e são verdadeiros guerreiros, nos quais muitos jovens obreiros de hoje deveriam espelhar-se. Eles dizem que: “Apesar dos dias de lutas e dificuldades, podemos somente agradecer e louvar ao Senhor pelas bênçãos e graças recebidas!”
Por isso, Alfredo e Daisi: “Ebenezer! Até aqui nos ajudou o Senhor!”(1 Sm 7.12) “Isto procede do Senhor e é maravilhoso aos nossos olhos. Este é o dia que o Senhor fez; regozijemo-nos e alegremo-nos nele! Oh! Salva-nos, Senhor, nós te pedimos; oh! Senhor, concede-nos prosperidade!” (Sl 118.22-23)