Autor: Pr. Ivo Lídio Köhn
Os perigos para a Igreja de Cristo sempre existiram. A princípio era o perigo da perseguição praticada por Saulo e interrompida pelo próprio Cristo com sua conversão diante do portão de Damasco. Depois os imperadores romanos, especialmente Nero, mataram milhares de cristãos. Entretanto, essa tática do inimigo revelou-se falha, pois quanto mais cristãos morriam, mais surgiam. O sangue dos mártires tornou-se semente de crescimento da Igreja. Os incrédulos foram impactados com seu exemplo de vida e morte. O próprio engenheiro do coliseu de Roma foi ganho para Cristo dessa forma e morreu na arena com os cristãos.
Satanás mudou então de tática e infiltrou-se no seio da Igreja usando cristãos para difundir meias verdades ou mentiras sobre a fé cristã, fazendo surgir as seitas. Lendo as epístolas dos apóstolos podemos perceber como se empenharam na luta contra as mesmas, no seu tempo especialmente contra o gnosticismo. O inimigo lhes dava tal eloqüência, que aqueles que não possuíam firmeza e instruções sólidas tornavam-se facilmente suas vítimas. Não foi sem profundas razões e fortes motivos que Jesus declarou: ”Acautelai-vos dos falsos profetas, que se vos apresentam disfarçados em ovelhas, mas por dentro são lobos roubadores” (Mateus 7.15). Hoje há um mercantilismo do Evangelho em muitas igrejas que se denominam evangélicas e cristãs. São as indulgências modernas, os ídolos dos últimos dias que fazem muitos quererem apenas as bênçãos sem compromisso com o dono das bênçãos. Somos advertidos por Paulo em 1 Co 16.13: “Sede vigilantes, permanecei firmes na fé, portai-vos varonilmente, fortalecei-vos”.
Há outros perigos que rondam a igreja cristã, ou seja, o adversário que quer sua destruição emprega todos os recursos que dispõe contra ela. É dele que procedem a cobiça ou ganância, a inveja, o ódio, a amargura, o ressentimento, as desavenças dentro da família cristã. É ele que procura envolver os líderes da igreja em escândalos morais, sabendo que com isso atinge a igreja toda. É ele que provoca a discordância e com ela geralmente inimizades entre irmãos e amigos na igreja. Por isso Jesus disse: “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca”. (Mc 14.38).
O grande perigo que ronda a igreja dos últimos dias é o esfriamento do amor e em conseqüência também na fé. Jesus declarou a respeito disso em Mateus 24.12: ”E, por se multiplicar a iniqüidade, o amor se esfriará de quase todos”. Já percebemos esses sintomas no mundo todo. Recentemente o noticiário da TV mostrou catedrais antigas e bonitas transformadas em bibliotecas, boates e em estúdios para gravações. Aqui podemos sentir que o interesse pelo espiritual está diminuindo. Jesus também mencionou em Lc 12. 32: ”Não temais, ó pequenino rebanho…”.
Colocados diante desse quadro o que devemos fazer como Igreja? Tudo isso nos deve servir de desafio para não deixar-nos afetar e sim, motivar para conhecer e prosseguir em conhecer cada vez mais e melhor ao Senhor. A Igreja tem a sua promessa em Mateus 16.18b: “E as portas do inferno não prevalecerão contra ele”. Precisamos estar alertas, pois Jesus também disse em Lc 21.28:“ Ora, ao começarem estas coisas a suceder, exultai e erguei a vossa cabeça; porque a vossa redenção se aproxima”. Quando transitamos pelas rodovias e avistamos placas indicando perigos na pista, imediatamente nos ligamos e tomamos os devidos cuidados para não acidentarmos. Os perigos que rondam a Igreja devem levá-la a se ligar e crescer cada vez mais no conhecimento daquele que disse: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim” (João 14.6)
Pastor Ivo Lídio Köhn