Autor: Pr. Ivo Lidio Köhn
Diversas são as conceituações de casamento, ora baseadas na idéia de instituição, ora na de contrato, ora caracterizando o ato sob concepções filosóficas ou religiosas, ora sob o aspecto formalista da solenidade e, geralmente, definindo o ato pelos seus fins ou efeitos.
O casamento é o resultado da união de um homem e uma mulher, quando diante de Deus prometem fidelidade mútua e rogam sua bênção e orientação para a vida matrimonial. É a união do homem e da mulher para o estabelecimento de uma plena comunidade de vida.
O primeiro casamento foi celebrado no Éden, quando Deus mesmo trouxe a sua obra prima, a mulher, ao encontro do primeiro homem e sob a marcha nupcial do canto dos pássaros e rodeados por borboletas e pelas mais diversas e belas flores silvestres, os abençoou dizendo: “Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a…” (Gn 1.28).
É lamentável que em nossos dias essa instituição divina para a felicidade do ser humano esteja tão desacreditada e pouco valorizada. Muitos casais gostariam de ficar juntos, mas a morte os separa; outros poderiam viver juntos, mas, muitas vezes, por coisas banais e egoístas se separam.
Ninguém deve encarar o casamento sem a devida seriedade que merece. Ninguém deve entrar nessa relação apenas por conveniência ou para ver se dará certo. É algo muito sagrado e sério e não se deve brincar com os sentimentos alheios.
Muitos apenas ajuntam suas coisas e passam a viver juntos. Dizem que não tem dinheiro para pagar uma festa. Agora questiono: A bênção de Deus não é mais importante do que a festa em si?
Jsus abençoou a instituição do casamento com a sua presença nas bodas de Canã da Galiléia e com o socorro da transformação de água em vinho para salvar o jovem casal e suas famílias de uma situação constrangedora. Ele valorizou o matrimônio de tal maneira que comparou a sua relação com os seus seguidores com a relação matrimonial de um casal.
Segundo os ensinos bíblicos o casamento é indissolúvel. Em Lc 10.9 referindo-se ao casamento, Jesus declarou: “Portanto, o que Deus ajuntou não separe o homem”. Há apenas um parêntesis aberto por Jesus para a separação em Mt 19.9: “Eu porém vos digo: quem repudiar a sua mulher, não sendo por causa de relações sexuais ilícitas, e casar com outra comete adultério e o que casar com a repudiada comete adultério”. Existem as mais variadas histórias que nos levam a concluir que cada caso é um caso.
Quando o casal que casa é jovem, recomendamos que definam antes de casar qual a casa espiritual que freqüentarão. Nesse caso não é bom que cada um fique na sua igreja de origem, pois os dois precisam encontrar um denominador comum para essa situação; caso contrário não estarão sendo exemplo seguro e digno aos seus filhos. Estes ficariam desnorteados, sem rumo a seguir. O menos consagrado deve ceder ao mais consagrado.
No matrimônio, para que seja durável alegre e feliz, deve haver cumplicidade, companheirismo, diálogo onde um confia no outro. Não há lugar para o egocentrismo. Devem investir um no outro: tempo, amor, paciência, carinho, compreensão etc. para que, quando os filhos se forem, o casal não se torne estranho.
Na eternidade não haverá mais casamentos. Jesus diz isso claramente em Lc 20.34-35: “Então, lhes acrescentou Jesus: Os filhos deste mundo casam-se e dão-se em casamento; mas os que são havidos por dignos de alcançar a era vindoura e a ressurreição dentre os mortos não casam, nem se dão em casamento”.
Um bom casamento não cai do céu, pronto, mas se constrói ao longo dos anos. Alcançar um bom casamento não é responsabilidade apenas do marido ou da esposa, mas deve ser o propósito de ambos. Todos os passos que abordamos anteriormente nessa coluna são fundamentais e contribuem para a solidez do casamento.
Não abandone o barco do seu casamento; lute por ele até morrer na praia. Vale a pena perseverar, não abrir mão, pois quem espera alcança quem bate lhe será aberto e quem pede recebe. Em caso de separação, que você não seja o (a) principal culpado (a) . Nunca esqueça a recomendação de Salomão em Ecl 4.12: “O cordão de três dobras não se rebenta com facilidade”. Permita Cristo ser essa terceira dobra no seu casamento.
Pastor Ivo Lídio Köhn