Autor: Pr. Ivo Lidio Köhn
O que me emociona quando mecho no meu baú de memórias são os Natais em família que vivi na minha infância. Com que ansiedade e expectativa aguardava a chegada do Natal! Por quê? Por uma soma de razões: pelas bolachas pintadas da mamãe, pelo suco de groselha ou gasosa que tomávamos, pela árvore de Natal, pelos hinos de Natal que cantávamos ao redor da árvore com a família, pelas melodias que o avô e o pai tocavam na velha bandonia, pelos presentes e pelo programa de Natal à noite na Igreja etc. Tenho certeza que muitos de vocês, caros leitores dirão “AMÉM” a essa lista, quando remexeem no seu baú.
O Natal é uma festa em família, pois começou em família. Um jovem casal recebe seu primogênito. José e Maria estão em Belém, cidade natal de ambos, como bons cidadãos obedientes às leis para se submeter ao censo romano. Queriam estar em casa e não em viagem, pois a jovem esposa estava nos últimos dias de sua gravidez, mas como eram consagrados a Deus, confiaram na sua direção e proteção. E era Ele, Deus, que estava na direção da história, para que as profecias se cumprissem, uma a uma. Quem estava para nascer não era uma criança a mais, mas o próprio Filho de Deus, assumindo forma humana. Como não encontrassem lugar nas hospedarias da região tiveram que abrigar-se numa estrebaria, a qual se encheu da glória celeste ao nascer ali o rei dos reis. Uma estrela indicava o lugar e foi atraindo os pastores das colinas de Belém e até sábios vindos do oriente, os quais se prostraram e adoraram ao Senhor dos senhores trazendo-lhe seus presentes.
Deus tem me dado muitos Natais agora com minha própria família e todos eles têm sido muito abençoados. A maioria das famílias procura estarem juntas nesse dia. Essa data recorda a manifestação do amor de Deus. Isso aproxima cada um (a) mais do (a) outro (a); fortalece os laços familiares e nos transmite paz, força, motivação e coragem para prosseguir.
O foco do Natal em família não deve ser a ceia de Natal ou o almoço farto do dia seguinte. Também não deve ser a árvore de Natal e nem os presentes. Estes são apenas símbolos de coisas bem maiores e melhores. Considero-os símbolos bonitos, pois a árvore verde fala da esperança que a vinda de Cristo trouxe a um mundo sem esperanças; os enfeites nos querem lembrar a necessidade de termos nosso coração ornamentado com as virtudes cristãs; as luzes simbolizam a luz da vida que sua vinda acendeu num mundo que jazia nas trevas conforme Isaías 9.2: “O povo que andava em trevas viu grande luz, e aos que viviam na região da sombra da morte, resplandeceu-lhes a luz”. Os presentes simbolizam o presente maior que foi a dádiva do seu unigênito Filho conforme João 3.16: “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito…”
O foco principal não pode ser a festa de aniversário em si, mas o aniversariante. Quem ficaria feliz se na festa do seu aniversário, os convidados nem sequer o cumprimentassem e dessem os parabéns, mas logo se jogassem encima das comilanças e bebidas? Exatamente isso grande parte das pessoas fazem no Natal: é tão somente festa, mas o dono da festa é esquecido e nem sequer lembrado.
Estimado leitor! Não faça isto! Se você não tiver a oportunidade de freqüentar um culto de Natal em uma igreja, reúne sua família, cante com ela os hinos de Natal e leia a história do Natal em Lucas 2. Ajoelhe-se com sua família e louve a Deus em oração pelo envio de seu Filho, pela prova de amor que nos tem concedido. Peça que a luz daquele que mais tarde disse: “Eu sou a luz do mundo!” ilumine seu viver e o da sua família cada dia.
A família santa permaneceu unida em Belém, no Egito e depois em Nazaré. A família que tem Jesus como foco e centro principal o inimigo não conseguirá destroçar. Se você estiver brigado ou afastado da sua família, dobre seus joelhos diante do rei dos reis, peça perdão pelos seus erros e procure sua família, para reconciliar-te com ela e assim poder comemorar novamente um Natal em família.
Que Deus abençoe todas as famílias!
Pastor Ivo Lídio Köhn