Autor: Pr. Ivo Lidio Köhn
O culto doméstico remonta aos primórdios da criação. Pelo contexto das Escrituras podemos perceber que Adão e Eva e todos os futuros pais, enquanto não existia a escrita, contavam aos seus filhos verbalmente seus conhecimentos e suas experiências com Deus. Isso está confirmado mais tarde pela ordem divina ao seu povo através de Moisés em Deuteronômio 6. 6-9: “Estas palavras que, hoje, te ordeno estarão no teu coração; tuas inculcarás a teus filhos, e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e ao deitar-te, e ao levantar-te. Também as atarás como sinal na tua mão, e te serão como frontal entre os olhos. E as escreverás nos umbrais de tua casa e nas tuas portas”.
O lar é a primeira escola e a primeira Igreja de cada um de nós. Tenho saudosas recordações das histórias e das primeiras orações e dos cânticos de ninar que minha mãe nos ensinou e cantou conosco ao nos levar para a cama. Ela foi a grande incentivadora para freqüentarmos a Escola Bíblica de nossa Igreja e repassou-nos como filhos os conhecimentos bíblicos que possuía. Sua influência sobre minha vida foi marcante. Quando casamos tomamos como propósito nunca deixar de realizar o culto doméstico no nosso lar e há muitos anos o fazemos após o almoço. Os nossos filhos já fora de casa também guardam suas lembranças desses momentos bonitos em família e temos certeza de que estes também deixaram suas marcas na vida deles.
O tempo que se dedica a esse culto não é desperdício, mas lucro, pois a comunhão em família e com Deus concede um clima de harmonia e traz novas forças e energia para se lançar com alegria ao trabalho. O culto doméstico contribui para despertar em todos o desejo pelo culto na Igreja e a dizer com Davi: “Quão amáveis são os teus tabernáculos, Senhor dos Exércitos! A minha alma suspira e desfalece pelos átrios do Senhor; o meu coração e a minha carne exultam pelo Deus vivo!” (Salmo 84.1-2) Ele também proporciona um espírito de união, pois beneficia a ação do Espírito Santo no íntimo de cada um.
Um (a) filho (a) que cresce num lar onde o culto doméstico é praticado e valorizado recebe uma herança que ninguém poderá lhe roubar e nos momentos obscuros do amanhã lhe será de grande bênção.
Hoje temos um vasto leque de devocionários ao dispor por preços muito acessíveis. Como Igreja oferecemos durante os últimos anos o PÃO DIÁRIO e o consideramos muito prático e bom. Mesmo que alguém não tenha nenhum devocionário, poderá ler textos da Bíblia cada dia. Existem também Planos de Leitura da Bíblia em um ano. É necessário fazer disso um hábito, incorporar o culto doméstico como uma necessidade na vida diária.
A responsabilidade de liderar e zelar sobre o culto doméstico é do pai, como cabeça e sacerdote do lar. Quando ele for omisso e faltar com essa sua responsabilidade a mãe deve entrar em ação e realizar o mesmo. É importante envolver os filhos na leitura, tão logo saibam ler e também motivá-los a fazerem cada um individualmente a sua oração. Claro que, enquanto pequenos, não pode faltar a historinha bíblica e a oração antes de dormir.
No derradeiro lar não haverá mais necessidade de cultos domésticos nem de igrejas, pois estaremos louvando e adorando pessoalmente ao Cordeiro de Deus pelos séculos dos séculos. Mas daquele culto eterno somente participarão os que aqui já se prepararam com os cultos domésticos ou a comunhão dos crentes.
Você, caro leitor, pratica o culto doméstico no seu lar? Se não, que tal começar hoje mesmo? Você não vai se arrepender e sim lamentar o tempo perdido. Que Deus abençoe a todos os lares e pratiquem o culto doméstico com obediência e alegria!
Pastor Ivo Lídio Köhn