Autor: Pr. Ivo Lidio Köhn
São raros os casais que não desejam filhos, mas muitos não estão preparados e não se preparam para a sua chegada. Entre esses estão os adolescentes, os quais se deixam levar pela libertinagem de nossos dias, tão fomentada e motivada pela mídia e pelo espírito de nossa época, pela paixão carnal desenfreada. Quantas adolescentes em idade de brincar com bonecas já se encontram embalando crianças. Isso traz sérios prejuízos à formação e personalidade desses novos seres e em muitos casos aumenta o número de menores abandonados e contribui para o crescimento da criminalidade por produzir seres desajustados e emocionalmente despreparados para a vida na sociedade.
Sou defensor convicto de que a relação sexual e a procriação são da vontade de Deus, dentro do casamento, pois Ele assim o ordenou aos nossos primeiros pais emGênesis 1.28: “E Deus os abençoou e lhes disse: Sede fecundos multiplicai-vos…” Adão conheceu sua mulher, ou relacionou-se com ela somente após a bênção de Deus sobre o casal. O primeiro tempo no casamento deve ser dedicado ao conhecimento e à adaptação mútua do casal. O ambiente para a família necessita ser preparado, pois os filhos, quando chegam precisam de um lar estável.
É muito importante que o casal leia livros, literatura sobre filhos, lar, família, participa de palestras e seminários. Quanto mais conhecimento teórico adquirir sobre a educação e criação de filhos, mais subsídios terá para proporcionar aos mesmos, quando chegarem, um ambiente condizente. O casal também deve planejar com seriedade e responsabilidade o número de filhos que deseja ter e tem condições de criar.
1. Quando os filhos chegam devem ser recebidos e aceitos como um presente, uma dádiva de Deus conforme Salmo 127.3: ”Herança do Senhor são os filhos; o fruto do ventre, seu galardão.” Cada um dos filhos precisa ser visto como presente de Deus, como uma extensão dos pais e por isso estes precisam ouvir as palavras deÊxodo 2.9 como ditas a eles mesmos: “Leva este (a) menino (a) e cria-mo (a)”. Assim como Joquebede teve que trazer o pequeno Moisés, mesmo sendo seu próprio filho, mais tarde à princesa, assim cada pai e mãe terão que prestar contas um dia a Deus pelos filhos que Ele lhes confiou.
2. Com a chegada de um (a) filho (a) a rotina do casal, do lar é alterada. O tempo e a atenção que o casal dedicavam antes um ao outro, precisam ser agora divididos com uma terceira pessoa. Isso requer maturidade e compreensão. O marido precisa estar ao lado da esposa com seu apoio em todas as mudanças no lar; ser compreensivo com suas emoções e variações resultantes da maternidade. A esposa, entretanto, não pode dedicar-se exclusivamente à criança e esquecer completamente das necessidades do marido. A meu ver o cuidado do (a) filho (a) não é só tarefa da mãe, embora ela leve mais jeito para isso, mas há muitas coisas nas quais o pai pode auxiliar e aliviar. É somente querer, desejar fazer isso e ele perceberá o que, quando e como fazê-lo.
3. A criança precisa aprender desde bem pequena que existem limites, os quais ela precisa respeitar. Os pais são os responsáveis a traçar esses limites. Existe o grande perigo de deixar as rédeas soltas e satisfazer todas as vontades da mesma, porque ela é tão fofinha e bonitinha, tão querida e amada. Os pais que realmente amam seus filhos e querem o seu bem, querem alegrar-se futuramente com eles e sobre eles, saberão impor os limites desde logo. As lágrimas de pena e compaixão que os pais não querem derramar agora se transformarão em lágrimas de dor, sofrimento e remorso no futuro.
4. Quando os filhos chegam os pais precisam continuar (pois já devem orar por eles, enquanto aguardam sua chegada) orando por eles e agora com eles. É muito importante que os filhos sejam criados num lar onde o temor e o amor a Deus estão presentes, onde se realiza o culto doméstico, onde se freqüenta a Igreja com assiduidade e onde se vive e pratica os ensinos da palavra de Deus.
5. Quando os filhos chegam os pais precisam dedicar tempo de qualidade a eles, precisam tornar-se seus melhores amigos; ver quando estão tristes e preocupados tentando descobrir os motivos e ajudá-los; alegrar-se com eles quando estão felizes e motivá-los em seus bons propósitos. Brincar e rir com eles, proporcionar-lhes momentos de lazer em família, momentos em que eles sintam que os pais estão aí integralmente para eles.
6. Quando os filhos chegam os pais devem lembrar que os terão consigo apenas por um breve período de tempo. Por isso esse tempo precisa ser corretamente aproveitado, para que quando eles forem aos estudos, ao preparo para sua formação profissional e finalmente saírem para construir sua própria vida os pais possam abençoá-los e o corte do cordão umbilical seja menos doloroso.
7. Quando os filhos chegam o casal não pode desleixar o seu próprio relacionamento. (1º) Por causa dos filhos, para que estes tenham uma referência, um espelho e recebam um exemplo positivo de vida matrimonial. (2º) Por eles mesmos, porque quando os filhos se forem, quem sobra é o casal e se não cuidou de si próprio como será? Veja só em quanta coisa se precisa pensar quando os filhos chegam…
Pastor Ivo Lídio Köhn