Autor: Pr. Ivo Lídio Köhn
Na primeira epístola de João 4.2 lemos: “Nisto reconhecereis o Espírito de Deus: todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus”. No versículo anterior João escreveu: “Amados, não deis crédito a qualquer espírito; antes, provai os espíritos se procedem de Deus, porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo fora” (1. João 4.1)
A Bíblia nos recomenda e exorta a reconhecer discernir os espíritos. Para que possamos fazer isso precisamos entender melhor a natureza do Espírito Santo.
O Espírito Santo tem personalidade, é pessoa. Pode se dizer que a personalidade existe quando se encontram, em uma única combinação, inteligência, emoção, ou ainda autoconsciência e autodeterminação. Quando um ser possui os atributos, propriedades e qualidades de personalidade, então se pode atribuir a esse ser, inquestionavelmente, personalidade.
Como prová-lo? Suas ações e operações são de tais formas especiais; que muita coisa se diz de sua influência, graça, poder e dons, que ficamos inclinados a pensar Nele como se fosse uma influência, um poder, uma manifestação ou emanação da natureza divina, e não como uma pessoa. Apelamos para a gramática a fim de estabelecer a personalidade do Espírito Santo, visto que o uso de pronomes neutros, em certos idiomas, tem sido um dos grandes responsáveis pela idéia da impersonalidade do Espírito Santo, tão comum em nossos dias. Pronomes pessoais masculinos são aplicados ao Espírito Santo, ex: Is 40. 13 neste verso o Espírito é claramente mencionado usando-se pronomes masculinos “o”(instruiu) e “seu” (conselheiro). Quando o Senhor Jesus falou a seu respeito em Jo 16.7,8, 13,14, Ele usou a palavra grega ekeinos, que é o pronome masculino “ele”.
O vocábulo grego para o Espírito é “pneuma”, substantivo do gênero neutro. O que é notável é que, em conexão com pneuma, são usados pronomes pessoais masculinos, exceto quanto à construção exige o neutro (Rm 8. 16), ficando assim demonstrada a idéia bíblica da personalidade do Espírito Santo, que chega a dominar a construção gramatical.
Cristo, o porta-voz de Deus supremamente autorizado, derrama no depósito da verdade do Novo Testamento, os pronomes pessoais, muitas vezes repetidos, referindo-se ao Espírito Santo, o que demonstra, além de qualquer dúvida, que Ele reconhecia a natureza pessoal do Espírito Santo.
Quais as características pessoais atribuídas ao Espírito Santo? Por características não nos referimos a mãos, pés ou olhos, pois essas coisas denotam corporeidade, mas, antes, qualidade, como conhecimento, sentimento e vontade, que indicam personalidade.
- Inteligência: I Co 2.10, 11; Rm 8. 27 “O Espírito Santo não é mero poder ou influência iluminadora, e, sim, uma pessoa dotada de intelecto, que conhece as profundezas de Deus e nos revela”,
- Vontade: I Co 12. 11 : “Aquilo que é impessoal não possui volição (volição – ato da vontade)”,
- Amor: Rm 15.30 “Devemos nossa salvação tão verdadeiramente ao amor do Espírito como ao amor do Pai e ao amor do Filho” – Torrey.
- Bondade: Ne 9. 20
- Sentimento: Ef 4.30 “Ninguém pode entristecer a lei da gravidade, ou fazer com que se lamente o vento oriental. Portanto, a não ser que o Espírito Santo seja uma Pessoa, a exortação de Paulo, aqui, seria sem significado e supérflua”.
Através das Escrituras o Espírito Santo é representado como um agente pessoal, a realizar atos que só podem ser atribuídos a uma pessoa.
Ele perscruta as profundezas de Deus: I Co 2.10 (perscrutar – averiguar minuciosamente, indagar, investigar, sondar);
- Ele fala: Ap 2. 7,11,17,29; 3. 6,13,22; Gl 4. 6; Jo 15. 26
- Ele intercede: Rm 8. 26,27
- Ele ensina: Jo 14. 26; 16. 12-14; At 15.27,28; 16. 6; Ne 9. 20
- Ele guia e conduz: Rm 8.14; At 16.6,7
- Ele chama e comissiona: At 13.2-4; 20. 28
- Ele inspira: 2. Pe 1. 21.
Não podemos fazer com que as pessoas se arrependam de seus pecados e acreditem no Senhor Jesus, somente o Espírito Santo pode convencê-los. É o Espírito Santo que nos torna conscientes de nossa necessidade de sermos cobertos de justiça do Senhor e não pela nossa (Fp 3:9). Outro aspecto de sua missão: é convencer as pessoas do julgamento eterno. O Espírito Santo procura advertir a todos sobre o julgamento eterno, e procura convencê-los deste terrível destino. Outro aspecto de sua missão: é convencer as pessoas do julgamento eterno. O Espírito Santo procura advertir a todos sobre o julgamento eterno, e procura convencê-los deste terrível destino.
Pastor Ivo Lídio Köhn