“A família é a fonte da prosperidade e da desgraça dos povos.” Sabido é que a família é a base, alicerce da nossa sociedade e, por isso, requer uma atenção especial por parte do Estado e especialmente da Igreja, visto que, somente com famílias devidamente orientadas quanto ao que é ser esposo, o que é ser esposa, quanto aos deveres de uma relação conjugal, das formas de tratamento com os filhos e destes com os pais, a fim de que através de uma orientação consciente e direcionada, possamos modificar as diversas formas de tratamento entre os indivíduos e com a coletividade, reduzindo, gradualmente, os diferentes graus de intolerância vividos nos tempos modernos. É na família que se inicia a base educacional a qual, o indivíduo, aplicará futuramente em suas relações individuais e coletivas, pois é o suporte de fato para a existência do Direito de Família e para a própria sobrevivência do ser humano.
A vida do cidadão na sociedade será um reflexo indireto e direto da sua vida familiar. Isso os professores percebem na escola, os pastores na igreja, os patrões nas empresas. No sermão da montanha Jesus disse: “Tudo quanto, pois, quereis que os homens vos façam, assim fazei-o vós também a eles; porque esta é a Lei e os Profetas”. (Mateus 7.12). Se alguém cresceu num ambiente tranquilo onde reinava harmonia e paz, onde cada um procurava respeitar e apoiar o outro, será alguém que se comportará assim também na sociedade em que estará inserido. Se, porém, alguém cresceu ouvindo seus pais praguejando e vendo os agredirem-se, as possibilidades de que se torne alguém com um linguajar imundo e agressivo na sociedade é muito grande, pois de tanto ouvir e ver achará que isso é normal.
O caos moral e social de todos os tempos e também hoje se deve ao fato de que as famílias falharam na sua função primordial. Não foi sem razão e fundamento que Moisés disse em Deuteronômio 6.6-9: “Estas palavras que, hoje, te ordeno estarão no teu coração; tu as inculcarás a teus filhos, e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e ao deitar-te, e ao levantar-te. Também as atarás como sinal na tua mão, e te serão por frontal entre os olhos. E as escreverás nos umbrais de tua casa e nas tuas portas”. Querendo recuperar e resgatar princípios vitais da sociedade é preciso guiar a família de volta aos ensinos das Escrituras, à observância dos mandamentos e aos preceitos do Seu criador. Todas as filosofias da modernidade revelaram-se falhas em sua eficiência no que tange a convivência familiar e social.
Vejo como única solução para uma sociedade mais justa, ordeira e de pacífica convivência que se investe mais na família, que pais se preocupem mais com a educação de seus filhos, com um tempo de qualidade com eles, com sua educação cristã baseada nos princípios bíblicos. Nos livros dos Reis e das Crônicas do Antigo Testamento é indicado o nome da mãe dos reis de Israel e Judá, o que indicava seu poder de influencia maléfico ou benéfico sobre os filhos. Se a mãe era temente a Deus, o reino tinha um rei temente a Deus; se ela não temia a Deus, o povo sofria sob o reinado de um rei idólatra. Respeito, obediência, compaixão, misericórdia, humildade, ética, educação, justiça, perdão precisam ser treinados e aprendidos em casa, junto à família. A vida tem nos ensinado que assim como os filhos foram e são em casa, serão na sociedade; por essa razão precisamos investir neles. É a nossa responsabilidade e contribuição para amanhã termos um mundo melhor.
Pastor Ivo Lídio Köhn