Autor: Pr. Ivo Lidio Köhn
Toda e qualquer organização necessita de liderança para seu salutar funcionamento, também a Igreja. Administrativamente a Igreja Evangélica Congregacional do Brasil está assim organizada: 1. O Cabeça – Jesus Cristo 2. Assembléia Geral Ordinária – O Concílio 3. Diretoria Geral da IECB 4. Secretaria Regional 5. Diretoria paroquial 6. Diretoria das comunidades 7. Diretoria dos departamentos. Num passado bem recente a carência de líderes em nossas igrejas era muito grande. O pastor, em muitos lugares, era o pastor, o secretário, o tesoureiro, o puxador de sino, o indicador do lugar no cemitério, o professor da Escola Dominical, o líder da Juventude, o dirigente do coral etc. – uma espécie de “João – faz-tudo”. Hoje, graças a Deus, temos bons líderes ao lado dos servos de Deus, o que facilita muito o seu trabalho. Eu mesmo liderei muitos cursos para Professores de Escola Dominical e Líderes da Igreja em minhas paróquias onde atuei e também em outras paróquias. Assim outros também fizeram e o resultado se percebe.
Há também uma grande consciência da necessidade de priorizar a espiritualidade do trabalho. Vejo que nesse sentido os Congressos Juvenis da JEC do Brasil contribuíram muito. Quantos dos líderes da IECB nessas últimas décadas foram e são pessoas, as quais como jovens se converteram em algum Congresso? Os últimos Pré – Congressos também estiveram direcionados para a formação de lideranças nas ligas. Seminários Regionais para diretorias e líderes dos departamentos nas comunidades estão sendo realizados. No trabalho da OASC também despontam cada vez mais irmãs como líderes de peso, que vem trazer sua parcela de cooperação para o crescimento do reino de Deus em nossa Igreja. Grupos de Louvor surgiram em grande escala por todas as partes para liderar o louvor nos cultos e nas atividades da Igreja. Cursos de Música são oferecidos. O próprio IBISEC, coração da Igreja, é um local, onde a formação de lideranças cristãs é o alvo maior. Sim, vejo que a IECB é uma Igreja preocupada e comprometida com a formação de líderes e jamais pode se olvidar e esquecer desse compromisso, se quiser continuar viva e crescendo.
Formar líderes é bíblico. Já Moisés o fez seguindo o conselho de seu sogro, que lhe disse em Êxodo 18.21-22: “Procura dentre o povo homens capazes, tementes a Deus, homens de verdade, que aborreçam a avareza; põe-nos sobre eles por chefes de mil, chefes de cem, chefes de cinqüenta e chefes de dez; para que julguem este povo em todo tempo. Toda causa grave trarão a ti, mas toda causa pequena eles mesmos julgarão; será assim mais fácil para ti, e eles levarão a carga contigo.” No Novo Testamento vemos Jesus chamando 12 discípulos para prepará-los como futuros propagadores da sua obra. Nas cartas destes apóstolos vemos que eles prepararam e instalaram líderes nas Igrejas que iam sendo fundadas, para atender aos crentes.
Quem pode ser um líder? Nas epístolas pastorais (1. e 2. Timóteo e Tito) Paulo fala amplamente sobre os requisitos necessários para ser um diácono, presbítero, bispo, obreiro na obra do Senhor: “ …que seja irrepreensível, esposo de uma só mulher, temperante, sóbrio, modesto, hospitaleiro, apto para ensinar, não dado ao vinho, não violento, porém cordato, inimigo de contendas, não avarento, que governe bem a própria casa, … que não seja neófito, para não suceder que se ensoberbeça…que ele tenha bom testemunho dos de fora… “ (1. Tm 3.2-7). Em outras palavras, os lideres das Igrejas deveriam ser sempre pessoas convertidas e consagradas a Jesus, porque somente estas terão condições de ver e entender o que é a Igreja e como deve funcionar. Muitos obreiros, servos de Deus, têm seu trabalho dificultado exatamente porque seus líderes não possuem essas qualificações exigidas na palavra de Deus.
A liderança da Igreja não é dona da Igreja, apenas instrumento nas mãos do Cabeça, que é Cristo, para executar os planos e a vontade de Deus. Uma boa liderança tem essa consciência e traz seus projetos perante os seus liderados, para aperfeiçoá-los e buscar a sua aprovação para posterior execução. Jamais uma boa liderança age arbitrariamente, porém, sempre lutará pelo consenso, pela paz e harmonia, e principalmente pelo bom andamento do trabalho todo. Não pode haver lugar para paternalismo na Igreja, só porque eu dou a maior oferta ou estou a mais tempo na liderança que todos os outros, a minha vontade precisa prevalecer. Um bom líder é aquele que consegue motivar e empolgar os outros para arregaçar as mangas e trabalhar; ele mesmo dá o seu exemplo, não expedindo apenas ordens, mas ajudando também.
Quero deixar aqui meu apelo a você, querido leitor, seja ocupante ou não de algum cargo de liderança em sua Igreja: “Ore pelos líderes da sua Igreja, para que Deus opere neles e por intermédio deles. Coloque-se solidário e prestativo ao lado deles. Participa de todas as oportunidades que lhe são oferecidas na sua Igreja para aperfeiçoar e ampliar seus conhecimentos sobre o trabalho na seara do Senhor!”