Autor: Pr. Ivo Lídio Köhn
Se olharmos para a história da Igreja de Cristo visualizamos frutos pelo mundo todo. A semente lançada pelo Mestre e depois pelos apóstolos alcançou todos os continentes e a profecia de Isaías em Isaías 53.11-12 se cumpriu: “Ele verá o fruto do penoso trabalho de sua alma e ficará satisfeito; o meu Servo, o Justo, com o seu conhecimento, justificará a muitos, porque as iniqüidades deles levará sobre si. Por isso, eu lhe darei muitos como a sua parte, e com os poderosos repartirá ele o despojo, porquanto derramou sua alma na morte…”
Se olharmos para a curta história da Igreja Evangélica Congregacional do Brasil (68 anos)podemos verificar e sentir muitos frutos por todas as partes. Deus tem abençoado o esforço dos pioneiros e honrado a confiança dos esteios da Igreja fazendo prosperar a obra de suas mãos.
A Igreja tem sofrido os ataques do inferno em todos os tempos através de perseguições e heresias, mas a promessa do Senhor sempre se cumpriu, quando declarou: “… e as portas do inferno não prevalecerão contra ela”. (Mateus 16.18b).
Que frutos seriam esses? Seriam as majestosas catedrais e os suntuosos templos erguidos por todas as partes como demonstração da capacidade e arquitetura humanas? Seriam as tantas e tantas denominações religiosas que surgem a cada dia engrossando a fila dos nomes mais esquisitos e estranhos de igrejas? Seriam os orfanatos, asilos e entidades sociais fundados e mantidas por entidades cristãs? Não, não é desses frutos que queremos falar. Essas são as folhas da árvore da Igreja, importantes e necessárias, inclusive para a produção dos frutos.
Os frutos são os corações e as vidas transformados, regenerados, restaurados daqueles que podem dizer com o apóstolo Paulo: “As coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas”. (2 Co 5.17). Uma árvore bem adubada, regada, devidamente podada e cuidada traz o seu fruto no seu devido tempo; uma igreja fiel à Palavra de Deus, que prega a mesma na autoridade do Espírito e dá espaço à sua ação em seu meio trará frutos no tempo de Deus. Almas se arrependerão dos seus pecados, buscarão a Deus e o acharão tornando-se filhos (as) de Deus. Então abandonarão os frutos da carne ( Gl 5.19-21) e produzirão os frutos do Espírito (Gl 5.22-23). Mudará sua vida pessoal, matrimonial, familiar e social. Disso Jesus falou quando disse em João 15.5: “Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto”.
Esses frutos a Igreja precisa buscar com mais veemência e insistência. Eu dizia um pouco antes que as folhas da árvore se tornam importantes para os frutos. Não podemos separar o trabalho social, o atendimento ás necessidades físicas das pessoas do trabalho espiritual, pois ambos precisam dar-se as mãos. Agora o ápice de todo o assistencialismo material deve ser o fruto da salvação da alma, pois Cristo disse: “Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se vier a perder-se ou causar dano a si mesmo?” (Lc 9.25).
Com pesar notamos que apesar de todo o esforço e cuidado; apesar de todo o empenho e dedicação dos servos de Deus muitas árvores (igrejas, membros) permanecem apenas com folhas e sem frutos. O grande homem de Deus Oswald Smith escreve em um dos seus livros: “O povo hoje recebe a salvação com tanta frieza, formal e corriqueira, e com tanta indiferença que dá a impressão de estar fazendo um favor a Deus ao receber o seu oferecimento de redenção. O povo tem os olhos secos e o senso de seus pecados não existe”.
Pelos frutos a árvore é conhecida e valorizada. Não é pelas suas palavras, mas pelo que você faz e fez, pelos frutos que produziu que você será reconhecido ou rejeitado por Deus. A Igreja que não salva almas e cujos membros não vivem a fé produzindo frutos dignos de arrependimento não será arrebatada, ficará para trás e Jesus terá que dizer tristemente: “Não vos conheço!”
Se quisermos ser uma Igreja que busca a fidelidade à Palavra de Deus; se quisermos ser cristãos de fato e verdade precisamos produzir os frutos do Espírito, os quais Jesus virá buscar em nós e que são aprazíveis ao Jardineiro celeste.
Pastor Ivo Lídio Köhn