Autor: Pr. Ivo Lídio Köhn
Em João 1.4 lemos: “A vida estava nele e a vida era a luz dos homens”. Em João 10. 10 Jesus declarou: “Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância”. Em João 15.5 Ele disse: “Porque sem mim nada podeis fazer”.
Os três textos expressam nossa dependência da fonte da vida, nossa relação e nosso vínculo com a videira verdadeira, a luz verdadeira, o bom Pastor. Para que haja uma igreja viva é imprescindível que haja membros “vivos”, que a chama da vida, a labareda do Espírito Santo queime em cada coração.
Deus preparou o caminho para isso ao enviar Seu Filho para sofrer e morrer em nosso lugar. Ele tomou sobre Si as nossas dores e pagou nossas culpas com o seu sangue precioso derramado na cruz do calvário. Foi sepultado e ressurgiu vitorioso no Domingo da Páscoa. Quarenta dias depois subiu ao céu e dez dias mais tarde enviou o Consolador, o Espírito Santo, por ocasião do Pentecostes. Sob a poderosa pregação de Pedro três mil almas converteram-se e com elas surgiu a Igreja, da qual Cristo disse que “as portas do inferno não prevalecerão contra ela”.
Essa igreja cresceu a cada dia conforme Atos 2.47: “Louvando a Deus e contando com a simpatia de todo o povo. Enquanto isso hes acrescentava o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos”. Quando o inimigo não conseguiu barrar o crescimento da igreja e apagar a chama da vida espiritual com perseguições, atacou-a por dentro com falsas doutrinas e heresias a tal ponto que em Ap 3. 15-16 Jesus teve que declarar da igreja de Laodicéia: “Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente. Quem dera fosses frio ou quente! Assim, porque és morno e nem és frio nem quente, estou a ponto de vomitar-te da minha boca.” Da igreja de Éfeso o Senhor teve que dizer: “Tenho, porém, contra ti que abandonaste o teu primeiro amor”. (Ap 2.4) Foram igrejas que perderam a vivacidade.
Um exemplo de igreja viva é a igreja de Beréia conforme Atos 17.11: “Ora, estes de Beréia eram mais nobres que os de Tessalônica; pois receberam a palavra com toda a avidez, examinando as Escrituras todos os dias para ver se as coisas eram de fato assim.” Beréia era uma igreja aberta ao diálogo, pois acolheu Paulo e Silas; tinha sede da palavra de Deus e estava aberta a novas experiências e a novos desafios. Beréia era uma igreja madura com senso crítico, pois conferiam tudo nas Escrituras não indo atrás de qualquer novidade e nem se deixando enganar por eloqüentes animadores de auditório. Era uma igreja constante; pois, enquanto Tessalônica se ocupava das Escrituras uma vez por semana, a comunidade de Beréia as vivia dia a dia. Beréia também era uma igreja missionária, pois entre eles havia uma coerência entre fé e prática. Eram articulados, habilidosos, eficientes e ágeis na ação missionária. Diante da perseguição promovida pelos intolerantes tessalonicenses, os bereianos não se eximiram de suas responsabilidades, não lavaram simplesmente as mãos, antes, arregaçaram as mangas para proteger, financiar e promover Paulo, Silas e Timóteo. Assim fazendo, promoviam em última instância, a própria ação missionária da Igreja.
A conversão, verdadeiramente impressionante para nossos dias, seria a de nossas comunidades serem menos Tessalônica e mais Beréia: Uma comunidade que tem nas Escrituras Sagradas seu mais forte referencial. Essas características de Beréia identificam-na como uma igreja viva.
Seja você, caro(a) leitor (a), um membro vivo do corpo de Cristo e certamente o (a) serás se fores fiel à Palavra de Deus. O Senhor disse: “Porque eu vivo, vós também vivereis”. (João 14.19) Assim darás a sua contribuição para que sua Igreja seja uma Igreja que vive.